sábado, 4 de fevereiro de 2017

Amor e sua mistura de regras e exceções

O amor não tem uma regra única para ser vivida.  Mas a vivência do amor parte do princípio de que “quem ama,  quer ver o outro feliz”. A felicidade de quem ama, anda de mãos dadas com o desejo de ver a pessoa amada feliz, e isso inclui a necessidade de conhecer o outro,  respeitando – o com suas limitações, qualidades e também defeitos.  

Amar também é renúncia. Nem sempre se recebe o amor da mesma forma, da mesma medida,  com os mesmos gestos e palavras que se dar. A forma de amar e transmitir este amor, depende da personalidade de cada um.

Não se ama transmitindo dor,  brigas,  violência,  traições. Mas amor também não é somente afagos, aceitação,  abraços e beijos. A flor do amor, tem seus espinhos, mas devem ser ultrapassados com respeito. Amor é sobretudo respeito,  e isso inclui respeito pela individualidade do outro, pela forma que o outro escolhe viver  e tomar suas decisões.

Na vida estamos sempre tentando “moldar” o outro,  acreditando na nossa “ingenuidade humana”, que sabemos o que é “melhor para o outro”.  Mas as pessoas crescem,  dentro de sua redoma de defeitos, qualidades,  frustrações, vitórias,  sonhos,  realizações ... É este o “barro” que vai modelando cada um.

A insistência em modelar o outro,  em transformar conforme nossa necessidade, resulta em frustração. O livre arbítrio de cada um foi dado por Deus. Ninguém pode negar isso.  
“Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido mas eu não deixarei que nada me domine” ( I Coríntios Capítulo 6, Versículo 12). Cabe a cada um, o dever de fazer as escolhas corretas.

Quando um ser humano age conforme uma pessoa de personalidade forte, não foi o outro que agiu sobre ele. Ele foi modelado pela sua fraqueza, que o fez decidir conforme a opinião do mais forte. E assim,  cada um tem uma forma de enxergar a vida diferente do outro, cada um tem uma forma de opinar, de sentir e viver diferente,  fazendo as próprias escolhas e arcando com suas consequências. Cada um tem seu “eu” e, a partir disso,  cada um deve saber o que é melhor para si mesmo e andar conforme seus objetivos, fazendo as escolhas que julga necessárias para alcançar este objetivo sonhado.

Quando se ama por amar, se ama melhor. Quando se ama medindo, comparando o que se dar e o que se recebe, sofremos mais. Quando amamos, dando ao outro a liberdade de retribuir, as reações fluem naturalmente, porque amor colhe amor. Quando amamos cobrando exatamente o que se quer em troca, colhemos revolta,  indignação.

A raiz do amor é o autoconhecimento. Não se ama o que não conhece. E quando se conhece, respeita-se o outro e ama o outro, no seu “pacote” de qualidades e defeitos. Se determinado defeito, para você é insuportável, é hora de avaliar sua capacidade de conviver com isso e avaliar sua tomada de decisões em função disso. Assim, todos vivem melhor. 

Amor é, sobretudo, harmonia. Se o amor não colhe harmonia, ele está entrelaçado com sentimentos negativos como a possessividade, a falta de respeito e o egoísmo. .. então é hora de cada um, olhar-se no espelho e descobrir em que precisa melhorar.


Por fim, o amor é uma relação em conjunto. Quando problemas surgem, ambas as partes devem fazer a avaliação de si próprio. Um achar que está perfeito e só o outro deve mudar, não leva a uma construção positiva do amor. 

(Tia Geny - aos 88 anos me ligou do Piauí e pediu que eu escrevesse sobre o amor)

Anna Jailma 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Esperança partiu, mas a vida ficou






De repente, ela calçou os sapatos - que eram sempre jogados num canto qualquer - e pegou a mala sem alça, pesada, que ela nunca fazia questão de usar.

O riso foi calando, fechando-se no rosto de esperança. Ela não chorava, não gemia, não tinha emoção alguma...nem riso, nem choro.

Esperança partiu sem olhar para trás. Com a mala sem alça e os sapatos, que ela só usava para viagens longas... ela partiu.

E o balanço continuou a balançar, e o sol continuou a brilhar...e a brisa continuou seu papel. E embora, nada estivesse como antes, tudo continuava no mesmo ritmo porque a Vida, a vida continuava saltitante para quem - diferente da esperança - não partiu, ficou.

Anna Jailma.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Pensando...


"Pior do que ser escravo, é ser escravo e pensar que é livre." [Anna Jailma]

Harriet, uma mulher que de tanto libertar seu povo, foi apelidada de "Moisés"




Hoje – somente hoje – descobri a história de Harriet Tubman, uma americana abolicionista, humanitária, olheira armada e espiã do Exército dos Estados Unidos durante a Guerra Civil Americana.

Ela nasceu em 10 de março de 1913. Mas escapou da escravidão, efez treze missões para resgatar cerca de setenta famílias e amigos escravizados, usando a rede de ativistas abolicionistas e casas seguras conhecida como Underground railroad. Mais tarde, ela ajudou o abolicionista John Brown a recrutar homens para a sua invasão em Harpers Ferry, e na era do pós-guerra foi uma participante ativa na luta pelo voto feminino.

Nascida escrava no Condado de Dorchester, Maryland, ela foi espancada e chicoteada por seus vários mestres quando era criança. Ela era uma devota cristã e experimentava estranhas visões e sonhos vívidos, que chamava de premonições de Deus. Em 1849, Tubman escapou para Filadélfia, mas logo em seguida voltou a Maryland para resgatar sua família. Lentamente, levando um grupo de cada vez, ela tirou seus parentes do estado, e, eventualmente, guiou dezenas de outros escravos para a liberdade, sendo por isso apelidada de “Moisés”. Viajando de noite e em segredo extremo, "nunca perdeu um passageiro". Suas ações irritavam donos de escravos, e eles colocaram recompensas para sua captura. Após a Lei do Escravo Fugitivo de 1850 ser aprovada, Tubman ajudou a guiar fugitivos mais ao norte na América do Norte Brit e ajudou os escravos recém-libertados a encontrar trabalho. Quando a guerra civil começou, Tubman trabalhou para o Exército da União, pela primeira vez como cozinheira e enfermeira, e depois como olheira armada e espiã. Sendo a primeira mulher a liderar uma expedição armada na guerra, ela guiou o ataque em Combahee Ferry, que libertou mais de 700 escravos. Após a guerra, ela retirou-se para a casa da família na propriedade que tinha comprado em 1859 em Auburn, Nova Iorque, onde ela cuidou de seus pais idosos. Era ativa no movimento pelo sufrágio feminino até ficar doente, tendo que ser internada em um lar para idosos afro-americanos que ela havia ajudado a estabelecer anos antes. Depois que ela morreu, em 1913, Tubman se tornou um ícone de coragem e liberdade americana. Em 20 de abril de 2016, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou um plano para Tubman substituir Andrew Jackson na nota.

Anna Jailma

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Memórias de uma Noite de Pijama



A famosa "Noite do Pijama" que as crianças tanto gostam de participar na escola, não é "uma noite"... São 24h.

No dia da noite do pijama ele acorda pega uma mochila, abre gavetas sem que ninguém veja, e bota na mochila tudo que ele leu - no recado da agenda - que precisa levar: cueca, roupa, toalha...e não esquece do que nem está na lista da escola; ou seja, gibis e desenhos que ele fez para mostrar aos colegas.

A mãe se deu conta que perdeu o celular na véspera do dia da noite do pijama. Então o dia da noite de pijama teve parte da manhã dedicada a buscar este celular, indo a vários lugares pela cidade e por fim comprando um novo chip com número antigo na Tim...Chegando em casa - pasme - ela acha o celular, numa caixa de brinquedos.

A medida que o dia passa, tudo gira em torno da noite do pijama: a mãe substitui algumas coisas da mochila ( porque nem sempre a escolha dele foi a mais certeira nas roupas rsrs), organiza colchão, lençóis, travesseiro, sandália - tudo marcado conforme a escola pede - e organiza o lanche.

Ela também se vira nas obrigações domésticas e conversa no whatsaap com as mães dos colegas do filho, tirando dúvidas entre elas; inclusive, dizendo as que nunca vivenciaram isso, que - mesmo já tendo vivenciado ano passado - só vai dormir depois das 22h30 porque sabe que esta hora já vão estar se acalmando pra dormir por lá...e isso é sinal que tudo correu bem! Ou seja, essa mãe não acalma as outras rsrs.

O pai viaja à trabalho e pede notícias via whatsaap. A mãe vai fazer pagamentos e outras obrigações na cidade vizinha, o filho fica com a babá. A mãe chega faltando trinta minutos para entregar o filho na escola. E a corrida fica mais frenética: banho, vestir-se, lanche na lancheira, lista dizendo a professora o que ele pode comer e o que não pode, conferir tudo na mochila... E chega o táxi. O taxista dobra o colchão e o filho grita "eu li nesse colchão que não pode dobrar...não pode dobrarrrr" ...rsrs mas o colchão vai dobrado na mala do carro, até porque não tem outro jeito rsrs.

Na escola, o filho se despede, já sai correndo com os colegas e a mãe volta...tranquila?! Mais ou menos, ela só dorme as 23h. Até lá estava no bendito grupo das mães da turminha, colhendo notícias e esperando as fotos da festança na escola...que só chegaram depois da meia-noite e ela só viu no dia seguinte, quando finalmente o filho que dormiu fora, pela segunda vez, chega dizendo "tomara que Festa do Pijama comece a ser toda semana"...

E no fim das contas, é uma aprendizagem: de autonomia, independência, e autoestima, para nossos filhos. 


Anna Jailma
Foto ilustrativa

sexta-feira, 26 de agosto de 2016





Com o passar dos anos a gente aprende muito. Uma das aprendizagens mais úteis é quando você percebe que não vale a pena perder energia ou alterar seu humor com comentários negativos a seu respeito, que foram feitos por pessoas sem a menor importância na sua vida. A pessoa não ocupa nenhum espaço especial na sua existência, então, por que perder o sorriso em nome da opinião dela? Não vale a pena. 


E talvez, ela seja apenas alguém triste que não consiga sair do poço que se enfiou e por isso não se conforma com a felicidade alheia. Pessoas felizes não espalham sentimentos ruins.
E veja bem: ninguém agrada todo mundo, nem Cristo agradou. Então siga suas metas, com foco na sua felicidade, pesando os prós e contras de suas decisões, e principalmente, fazendo escolhas que VOCÊ julga que são as melhores escolhas para sua vida. 

No fim dos anos, no fim da caminhada, você vai prestar conta entre você, suas escolhas e sua vida. Só.

Anna Jailma

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Poesia da Imagem








Na poesia das imagens, o que você vê diz tudo. E a leitura vai depender da sua interpretação conforme o que você carrega em si.

Perdoai Senhor, mas adoro pisar na grama...


Anna Jailma

De Dentro pra Fora






É a essência que manda. O resto desmanda.
 

É o coração que rege. O resto, herege.
 

É o ser que vale. O resto, nem fale...

Anna Jailma 

Amanhecer no entardecer





Se o entardecer é melancólico mas sua alma é pura alegria, você vai descalça, rindo e cantando. 


Faz de conta, que é amanhecer!

Anna Jailma

Gentinha

Gente que afirma
          e não confirma
 

Gente que diz
         e desdiz
 

Gente que mente
        que nem sente
 

Gente que manda
        e desmanda...




NEM ESCUTO!

Anna Jailma 

De Mala Pronta


Aprenda: nem toda mala arrumada é de partida, pode ser de chegada. Nem toda partida é fim, pode ser um recomeço. Nem todo choro é de tristeza, pode ser até de alegria. 

Nem toda derrota, é o resultado final da guerra...Pode ser apenas o saculejo que faltava, para os supostos perdedores se reerguerem mais fortes, e - pasme! - vencerem. 
Né não?! 

Anna Jailma

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Remodelando hábitos: homem X mulher


O assunto “violência contra a mulher” ou a chamada “violência doméstica” implica muitos fatores e cada um deles, envolve todo um contexto de educação, hábito, machismo, sentimento de posse, e pasme: a forma diferenciada como nós mulheres educamos e cuidamos dos nossos filhos, geralmente diferenciando as tarefas entre filhas e filhos.

É comum ouvir a esposa reivindicar a ajuda do esposo no cumprimento das tarefas domésticas. Mas esta mesma mulher, geralmente não educa o filho do sexo masculino, criando nele o hábito de ter alguma tarefa – por mínima que seja – no ambiente familiar.

Cabe também a nós mulheres ‘remodelar’. Precisamos acreditar, defender e transmitir a ideia que homem pode – e deve – ajudar a cozinhar, a lavar louça, lavar as próprias cuecas, varrer e passar pano na casa, colocar o alimento no próprio prato, colocar o prato sujo na pia... É simples: ele trabalha fora, a mulher também. Ela tem as tarefas domésticas, ele também.

Não é bicho de sete cabeças. Pelo contrário: já pensou uma família onde todos colaboram na cozinha, conversando, rindo, cozinhando, lavando louça, organizando o espaço? É simples, prazeroso e aconchegante. Além disso, todo mundo colaborando, o resultado vem mais rápido e ninguém fica sobrecarregado ou estressado com acúmulo de obrigações.

Quando estes ‘detalhes tão pequenos de nós dois’ forem solucionados com toda simplicidade que lhes cabe, o restante flui naturalmente, principalmente o sentimento de respeito e igualdade de direitos.

E se há respeito e igualdade de direitos, a violência não entra neste contexto familiar. 

Anna Jailma